Literatura de Cordel

O BEM E O MAL
de Tere Penhabe

S�o dois senhores distintos,
que se conhecem t�o bem
h� mil�nios que se encontram
e  que brigam  por algu�m.
H� quem diga que o primeiro 
nada tem de sensual
mas o segundo, se existe, 
� o tal do homem fatal!
 
Estamos sempre querendo 
com o Bem nos encontrar
mas � o Mal que atravessa, 
nosso caminho mais vezes
porque o Bem � quase sempre, 
um sonho a acalentar
mas o Mal est� presente, 
em todos os nossos reveses.
 
O Bem sempre se comporta, 
e se veste com esmero.
O Mal � uma coisa torta, 
que s� leva ao desespero.
Do primeiro nos vem a paz, 
a alegria de viver
No segundo est� o segredo, 
de se viver por prazer.
 
Eles s�o t�o parecidos, 
que muito nos enganamos
Mais de uma vez n�s contamos, 
a vida inteira com um
quando menos se espera, 
� o outro que vem chegando
quase sempre o Mal, 
no lugar do Bem ficando.
 
Ningu�m passa por esta vida, 
sem aos dois bem conhecer
por�m muitos v�o embora, 
sem nem ao menos saber
se foi o Bem ou o Mal 
que em seu cora��o esteve
passeando em sua alma, 
dormindo na sua rede.
 
Aos amigos � o Bem, 
que eu desejo apresentar
mas ao estender a m�o, 
pode em Mal se transformar
e esse grande segredo 
n�o h� como decifrar
� preciso correr o risco, 
o Bem e o Mal encarar.
 
Para aqueles que amo, 
o mist�rio vou desvendar
se quer o Bem conhecer, 
e com ele sempre estar
tenha no rosto um sorriso, 
e n�o o deixe se apagar
que o Mal jamais convive, 
com um sorriso a brilhar.
 
Agora vou caminhando, 
com o Bem vou me encontrar
mas se na curva da estrada, 
o Mal me interceptar
eu conto com o seu amor, 
para me fazer voltar
porque s� o amor consegue, 
o Mal em Bem transformar.

Tere Penhabe
Itanha�m, 15/01/200